O Tempo
Ontem
eu me encontrei com uma ex colega de colégio. Ela não me reconheceu, nem deu
qualquer sinal que teria me reconhecido. Eu, por minha vez, não esbocei nenhuma
ação para contatá-la. Mas fiquei observando-a discretamente.
Num
primeiro momento, eu pensei: “Poxa, o
tempo foi cruel com ela. Ela está muito envelhecida”. Aí, eu fiquei a
observar melhor, olhando os seus detalhes: as bochechas pareciam mais flácidas,
algumas rugas apareceram, a pele não tinha mais aquele aparência de uma seda
macia, enfim, ela estava definitivamente envelhecida. Maldade da vida.
Mas,
de repente, quase num passe de mágica, eu passei a rever a adolescente que tinha
conhecido há quase quarenta anos atrás. Ela tinha a mesma simpatia de quando
usava aqueles aparelhos odontológicos .... o mesmo sorriso de menina moça,
alegre porém seguro e firme evidenciando a firmeza do seu caráter .... a mesma
alegria que a todos contagiava .... a postura elegante e o charme de uma mulher
consciente de si própria.
E
eu fiquei naquele transe a perguntar quem era, afinal, a pessoa que estava
vendo? Fiquei meio parado, fixo, “olhando-a” mais com os pensamentos do que com
os olhos.
E,
logicamente, neste minuto ela reagiu, defensivamente, como todas as mulheres
sempre o fazem: “Ela percebeu que eu
estava olhando na direção dela e, imediatamente, procurou ajeitar a roupa como
se houvesse alguma “brecha” que revelasse parte da sua intimidade”. Heheheh
Foi,
então, que entendi. Ali, na minha frente, estava a mesma pessoa que eu havido
conhecido nas salas de aula. O tempo não a tinha envelhecido, não,
definitivamente não! Apenas, deu-lhe marcas que reforçavam toda a sua
jovialidade, sua energia alegre de menina- moça no corpo de uma mulher-mãe.
Envelhecido,
só mesmo o meu olhar (que envergonhadamente tratei de enterrá-lo bem depressa).
Max
Albuquerque
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