A Esculhambação do Forró Atual-2
Max Albuquerque
Quando as pessoas começam a
valorizar conceitos rasos, atitudes primitivas, lógicas desprovidas de
referências morais, é porque elas já não veem mais esperança para si próprias,
pior ainda para os seus descendentes. Elas não mais acreditam no coletivo, na
capacidade de um grupamento construir uma base de convivência harmônica que
ofereça segurança coletiva e perspectivas de um futuro melhor.
Quando não mais se acredita
no futuro as prioridades se voltam para o imediato, para o viver o hoje, como
se o mundo fosse acabar amanhã. É o esfacelamento do regramento social e, por
via de consequência, da sociedade.
Isso significa que não mais
se cultuam os valores morais básicos como o trabalho e a família, nem os
valores sociais essenciais como a educação, a saúde e a segurança pública. O
foco muda do “Nós no Futuro” para o “Eu Agora”. O importante passa a ser o
indivíduo, o momento, o mais fácil, mais rápido,
Para os governantes esse
contexto é muito conveniente, principalmente, para os medíocres e corruptos
políticos brasileiros. Ninguém mais para lhes cobrar, é a estrada livre para a
locupletação, o enriquecimento ilícito, o desvio de verbas públicas (sejam
quais forem os pretextos). Basta oferecer “pão e circo”, baratinhos, que a
sociedade ficará inerte, alheia aos seus desmandos e desvios, sem ninguém para
lhes fazer oposição. O máximo que enfrentarão será a disputa intestinal, dos
seus pares, a concorrência de outros corruptos.
O assistencialismo do
governo federal, com o “Bolsa Tudo” aliado ao circo barato, no qual se inserem
estas músicas patéticas, oferece as bases para esse estado de desmandos e
vergonha.
Infelizmente a imprensa, ao
invés de exercer o seu papel de ser o 4º poder, fiscalizando os governos,
defendendo os valores morais, amplificando as queixas da sociedade, se
corrompe, em conluio com os governantes, e ajuda a criar e fortalecer o
“circo”. Os exemplos não faltam: BBB estimulando os sete pecados capitais
(Gula, Avareza, Luxúria, Ira, Inveja, Preguiça e Vaidade); Gugu explorando o
sofrimento humano; Regina Casé fazendo a apologia da mediocridade; Faustão
colocando no olimpo “artistas e músicas” de baixo calão; Pânico, explorando o
escárnio, enfim, usando todos os meios e recursos.
Resta-nos, nos nossos
respectivos espaços combater esse estado. Lutar por valores morais e não por
valores circunstanciais. Esclarecer os ignorantes, construir e demonstrar
valores estruturais, apoiar e prestigiar todos aqueles que procuram
fazer/divulgar a cultura brasileira, como Rolando Boldrin, Jessier Quirino,
Eliphas Andreato e tantos outros anônimos sonhadores. E, principalmente,
cobrar, cobrar, cobrar muito dos governantes, dos empresários, dos religiosos,
dos jornalistas, dos acadêmicos, enfim de todos que tem a responsabilidade
social e coletiva de construir e defender uma sociedade melhor.
Ah, pelo amor de Deus. Não
adotem a postura travestida do discurso barato de uma ideologia partidária.
Isso não existe no Brasil (nem no mundo). Ideologias partidárias são roupagens
vazias, meros discursos, de políticos corruptos ansiosos para alcançarem o
poder. Isso já está demonstrado.
Ao contrário, se lhes
perguntarem porque estão cobrando, porque estão exigindo mudanças e respeito
aos valores morais, digam que é por uma simples questão de cidadania. Basta
isso.
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